Iarley Oliveira

Ó Deusa, te agradeço pelo ato tão sublime
De ver a tudo e a qualquer coisa com grandeza
E ver por tua lente esta beleza
Reflexo divino deste ato
Da luz multicolor da natureza
Que beija ao peito a marca da certeza
Nas curvas e nos níveis do artefato
Da luz lilás dos ares lá da praia
Ao Mie entre a cidade e os mangues
Recolho tudo e parto, itinerante
Pra ver-te bela em todas as partes
Guardando-a em minhas memórias
Nas águas que me batem nas canelas
E canto todo o meu amor à ela
Tecendo o verso citando doçuras
És como o puro ouro entre as torrentes
Que igual a luz do sol, nos abençoa
Mergulho então em ti, sempre contente
Na água em que minha vida se renova
Como me banham os raios dessa aurora
Que pousa e brilha sobre tua pele
Não há uma mente sã que não venere
Brilho solar da Deusa entre os astros
Qual raio que incide nas partículas
E nos revela as infinitas telas
Tomo uma dose de amor à ela
Contemplando-me também na paisagem
Roubando-me a cena, mil sorrisos
Perdendo ali também todos os lados
Detalhes que são pegos de surpresa
Nas curvas e os níveis do artefato.
Iarley Oliveira é um poeta baiano natural da cidade de Itabuna, graduando em bacharelado em Geografia pela UESC e militante do Coletivo Negro Minervino de Oliveira – CNMO. É membro do Clube de Leitura e Escrita Vila dos Poemas Perpétuos em Porto Seguro, escrevendo em Lembranças do Mundo Profano (@lembrancasdomundoprofano) o conteúdo de sua trajetória poética e experiências literárias.
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