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O ANU QUE SOBE PRETO

Mateus Britto


Fina retórica escrita no pé dum riacho seco

É dum riacho seco

A serviço da denúncia do que num lhe dá sossego

Mas no dia que sobra

Dá um descanso pra cabeça no boteco logo cedo

Isso lhe dá sossego

A poesia na calçada e o anu que sobe preto

É no dia que samba


Fina revolta apreendida no pé dum riacho seco

É dum riacho seco

Que caminha pelas beiras com um olho na entoca

Pra num pisar em cobra

Atrasando como pode a despedida verdadeira

Que num me assuceda

O anu que sobe preto e a poesia na calçada

É no dia que samba


Foto: Helenna Castro

Mateus Britto é graduado em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), militante da Consulta Popular – Núcleo Revolta no Engenho de Santana e integrante do Coletivo Brasil Vermelho.

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