Kaio Mendes
Após a entrevista de Lula para a Time, no trecho em que ele culpa a Ucrânia e os financiadores por provocarem o conflito, a Globo chama o bobo da corte Valdo Cruz e a Barbie fascista Ana Rosa para comentar.
Valdo: "isso é um absurdo, conversei com DIVERSAS FONTES PRÓXIMAS A LULA e boa parte delas vêem um perigo por se aproximar de um discurso de Jair Bolsonaro. Além disso, a Ucrânia que foi atacada, não a Rússia, lógica simples, por isso a fala de Lula é infeliz."
Ana: "Complemento dizendo que é um absurdo o Lula dizer que não vai falar sobre política econômica e só ficar dizendo o que todos já sabem, que as condições da Economia estão sufocando as pessoas mais humildes. Porém, esse ELEITORADO VOLUMOSO que está apoiando Lula por ele prometer a recuperação de suas condições antes da crise do governo Dilma, até hoje sofrem com erros dos governos petistas, e precisam saber o que ele pensa em fazer". Em Guy Debord "No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso" (1997, p. 16) podemos classificar o rebuscado formato utilizado pelo imperialismo de maneira simples.
Ao observarmos CNN, GloboNews,
FOXnews, NBC, etc. a informação útil é lida brevemente, porém, a "manchete"
escrita carrega apenas a primeira "opinião" de um jornalista convidado a opinar. O grau de importância de uma pauta aumenta também o número de jornalistas que dizem basicamente a mesma coisa de formas diferentes. Porém, cada novo comentário dá atenção cada
vez menor para o que foi dito por Lula sobre a Ucrânia e bate cada vez mais em algo que a notícia não trouxe: A INCERTEZA DOS PATRÕES e financiadores da publicidade que mantém essas empresas sobre o que pode acontecer em caso de política econômica com Estado forte e atento a abusos midiáticos. Por fim: enquanto o Valdo primeiro faz o papel de chamar e romantizar o lado apoiado pelo poder estadunidense e depois a Barbie fascista injeta a dose fatal para quem ainda não conseguiu evoluir sua consciência de classe. A dose letal da armação ideológica é criar a incerteza no trabalhador com uma possível aproximação falsa entre a economia de Bolsonaro e as hipotéticas condições decadentes continuando num governo Lula. Finalmente, o ponto de vista de Lula que teoricamente seria respeitado na tal "liberdade individual e democrática", repetidamente imposta como "heroica" via ditaduras, transformou se em um teatro. Se algo do tipo é feito por Asia, ou países com histórico revolucionário, essas mídias dariam o nome de postura sádica e sociopata.
Todo cuidado é pouco com a classe capaz de transformar uma preocupação da burguesia em confusão na sociedade.
Kaio Mendes é graduado em Economia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e ex-Coordenador de Pesquisa do DCE Carlos Marighella.
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