Centro de Estudos e Ação Social (CEAS)
“Rio Pardo, vivo e corrente!”
Com essa palavra de ordem, dezenas de lutadores e lutadoras do povo se reuniram em Cândido Sales, no sudoeste da Bahia, entre os dias 11 e 12 de maio no Seminário de Articulação da Bacia do Rio Pardo. O evento, que teve como objetivo debater estratégias para preservar o Rio Pardo e contribuir com a organização das comunidades da região, foi organizado pelo Observatório Rio Pardo Vivo e Corrente, uma articulação que reúne movimentos sociais, entidades religiosas, povos tradicionais e comunidades da Bahia e Minas Gerais.
Povos indígenas, trabalhadores e trabalhadoras rurais, mulheres, lideranças comunitárias, educadores e educadoras, jovens, pescadores e pescadoras – são inúmeras as identidades dos participantes do seminário. Mesmo com diferentes realidades, eles trazem em comum a certeza de que a bacia hidrográfica do Rio Pardo deve ser preservada e as comunidades que dependem dele, fortalecidas. Uma luta que visa não apenas a defesa do meio ambiente, mas também a garantia da qualidade de vida das milhares de famílias que dependem direta ou indiretamente da terra e das águas da região.
Por isso, ao longo dos dois dias do encontro, o grupo pôde debater os desafios das regiões do alto, médio e baixo rio, sobretudo a partir do projeto de desenvolvimento econômico que está colocado para o território que envolve a bacia. Ao invés do desmatamento, envenenamento das águas, contaminação do solo e risco de vida para inúmeras famílias – que é a proposta atualmente em curso defendida pelos grandes proprietários e estrangeiros – a articulação em defesa da bacia defende um projeto agroecológico, sustentável e popular de desenvolvimento.
Às margens do Rio Pardo e com os rituais de proteção dos povos indígenas, os defensores e defensoras do Rio Pardo reafirmaram seu compromisso de seguir na luta e na organização popular para defender a bacia. Afinal, os recursos naturais devem ser patrimônio do povo, não dos empresários. A nossa luta só se fortalece!
Para conhecer mais os desafios discutidos no encontro, acesse a Cartilha Gestão da Água do Rio Pardo, um estudo desenvolvido pelo Observatório Rio Pardo Vivo e Corrente.
Publicado originalmente em Comunidades e movimentos sociais realizam encontro para debater estratégias de preservação da Bacia do Rio Pardo.
O Centro de Estudos e Ação Social é uma associação sem fins lucrativos fundada pela Companhia de Jesus, em 1967, e atualmente é integrada por uma equipe multidisciplinar. O trabalho político-educativo que o CEAS desenvolve, junto a comunidades e movimentos sociais de diferentes regiões da Bahia, tem como eixo fundamental o fortalecimento da autonomia e da organização desses grupos populares. Essa atuação é dedicada à transformação da realidade social, com o objetivo de combater a desigualdade social e as mais distintas opressões às quais está submetida a maioria da população brasileira.
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